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26 de julho de 2008

Póvoa de Varzim: da sua História



A Póvoa de Varzim é uma cidade de projecção nacional e internacional. De marcada feição cosmopolita, sempre soube receber e cativar os que a visitam. Muitos houve que ficaram seduzidos de tal forma que com ela decidiram partilhar a sua vida!

O poveiro tem razões sobejas para se orgulhar do seu passado colectivo e dos pergaminhos milenares da sua terra. A indicação toponímica mais antiga que se lhe conhece data de 953 e está numa carta de venda do prédio rústico de Vila do Conde, onde se faz a confrontação deste, pelo lado norte, com Vila Euracini. A localização específica da sua área habitacional continua uma incógnita. Os vestígios arqueológicos até hoje descobertos na área urbana ( Alto de Martim Vaz e Rua da Junqueira ) datam do período lusitano-romano, anteriores, portanto, ao século X. Estas estruturas devem ter sido fundadas, após a dispersão castreja, por um magnate da vizinha cidade de Terroso. Para Viriato Barbosa esse personagem chamar-se-ia Euracini. O seu nome baptizou a área que dominava e dele deriva o topónimo Varzim. Em 1308, data da concessão do foral de D. Dinis, o povoado de Varzim pertencia à freguesia de Argivai e a sua posse estava, por sua vez, repartida entre fidalgos ( Varzim de Susão ) e terras do rei ( reguengo de Varzim de Susão ), dos quais não se conhecem os limites concretos. É a este reguengo, mais especificamente aos 54 chefes de família aí residentes, que D. Dinis concede carta de foral, mandando que fizessem uma "poboa" e estabelecendo uma administração rudimentar. Criou-se assim, dentro do quadro paroquial de Argivai, uma zona com autonomia administrativa própria.

Pouco depois, em 1312, o rei doou os direitos que estipulara para si, a seu filho bastardo Afonso Sanches e a sua mulher, D. Teresa Martins. Estes, por sua vez, em 1318, transferiram-nos para o convento de Vila do Conde, do qual eram os fundadores. As sucessivas queixas dos poveiros contra a jurisdição do mosteiro levaram D. Manuel I a conceder novo foral à Póvoa, em 1514, estabelecendo a sua autonomia juridiscional, o que veio a ter plena eficácia, em 1537, pela incorporação de Varzim à coroa e a sua anexação à comarca do Porto.

A "pobra" primitiva parece ter-se situado um pouco para o interior, a nascente, e foi a partir daí que se deu a sua expansão, logo nos primeiros tempos certamente para o poente, em direcção à praia, onde a gente do mar exercia as suas actividades e onde se encontravam sem dúvida as instalações próprias da sua indústria. No decurso do século XVI desenvolve-se um núcleo urbano na área que corresponde hoje às imediações da matriz, o qual passa a ser o centro municipal da vila, onde se agrupam as suas casas nobres e se erguem, nos fins do mesmo século, os seus Paços do Concelho. Por outro lado, no antigo lugar da Junqueira, funda-se, também por essa altura, a pequena capela de S. Roque, para o serviço da gente que, como dissemos, já então vivia por aquelas paragens. A vila entretanto prospera e alarga-se, e, no século XVIII, intensifica-se o povoamento da faixa litoral costeira, formando-se, sobre as areias que bordam a enseada, e em especial para o sul, um novo aglomerado que cresce rapidamente, e onde se instala a população piscatória. [LER MAIS]

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